quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Sempre...

Quando olhares uma foto e sorrires com saudade; quando sentires um calor repentino na tua mão; quando sentires ternura no teu coração sem razão aparente; quando te desiludirem e sentires, ainda assim, que não estás sozinha; quando sentires um amor maior que qualquer mágoa e sentires falta de demonstrações de afecto, não das dele, não das delas; nesse momento, ainda que sem palavras, ainda que sem te ver, te entender, mesmo que já não nos conheçamos como no passado; nesse momento, somos nós quem te olha, somos nós quem te toca, somos nós quem te abraça e te ama em segredo, na distância, como sempre, para sempre. Mesmo que não saibamos sequer a tua morada, tens aqui um lar.

Leila e Ziza

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Hoje basta fechar os olhos...


Sentir saudades de nada e, ao mesmo tempo, sentir falta de tudo. Faz falta alguém inventado pelas ilusões podres que a solidão permite ter. Fantasias de um tempo, espaço e corpo que não existem, nunca existiram fora dos muros da sede desesperada de ser e ter como nos filmes, romances ou outras mentiras que tais.

Carregar este vazio cheio de nadas é difícil. Mas porquê? O que deve substituir o ar emperfumado para que o peso se desvaneça em concretizações, ainda que supérfulas?

Sempre advoguei que antes infeliz, que pateta alegre. Mas esses andam leves pelo caminho, saltitando como se atrás deles não viessem intempéries. Esses sorriem sinceramente. Não se preocupam com o que virá ou com o que foi. Provavelmente porque carregam um vazio de sentido, porque não sabem sequer o que lhes falta. Eu sei o que me falta. Já o tive, já o senti... Agora apenas tenho a cicatriz para o lembrar, para lhe sentir a falta. Talvez "esses" não tenham guardado cicatriz nenhuma, ferida nenhuma, mágoa nenhuma.

Mas não é preciso pensar para sentir. Basta ser. Mas quem sou eu? Ou melhor, o que sou?