Com o passar dos anos, todos vamos mudando. Mais ou menos, mas mudamos todos. E, visto que está a chegar o final do ano, achei que seria bom fazer um balanço do ano que passou.
Acredito, por agora, que não é fazendo resoluções que alcançamos os nossos objectivos e que não necessitamos de um lembrete, como a passagem de ano, para arregaçarmos as mangas e ir à luta conquistá-los. Por isso, e incluindo já um objectivo a que me propus no ano passado, antes mesmo da passagem de ano de 2013 para 2014, deixei de roer as unhas. Aliás, deixei de roer as peles à volta das unhas. Não foi fácil. Especialmente porque, depois de tantos anos a roê-las, as peles e as unhas ficaram moles e fracas. As peles, que deveriam estar a rodear as unhas, não existiam, fazendo com que estas fossem mais redondas que compridas. As unhas, por seu lado, para além de custarem a crescer, rasgavam antes que ganhassem um tamanho aceitável. E rasgavam mesmo, ao invés de partirem como unhas normais. Isto por terem estado sempre húmidas ao longo de demasiados anos. Determinada, experimentei de tudo: verniz de gel; verniz fortificador, endurecedor, protector; óleo disto e daquilo... Entretanto, as unhas foram crescendo e rasgando e, por sorte ou por empenho, foram endurecendo. Hoje são unhas (quase) decentes. Falta apenas que a pele à sua volte ganhe a forma para que foi geneticamente predestinada e que eu aprenda a cuidar delas. Ainda deve demorar mais um pouco, mas já esteve mais longe.
Outro aspecto (ainda mais relevante) que marcou este ano de 2014 foi ter descoberto o amor. E pode parecer lamechas. Aliás, é-o bastante. Mas é também verdadeiro! Não era algo de que estivesse à espera. Não foi algo que tenha planeado. Pelo contrário... Mas foi o melhor presente que 2013 deixou, e foi, sem dúvida, o que de melhor houve em 2014. A continuar assim, suponho que seja o melhor de todos os próximos anos. Foi esta companhia que, de tão ideal, permitiu a concretização de todos os outros objectivos e a superação de mim mesma. Permitiu porque apoiou, motivou, incentivou, estimulou, às vezes insistiu, e nunca desistiu, nem de mim, nem do que para mim propus. Esta dádiva de tempo e dedicação, que não lhe é exigida e que dá sem exigências, é o que a distingue do passado. Tudo o resto se resume (se é isso possível) a acções do quotidiano, simples mas, ao mesmo tempo, enormes. Esta presença tão natural é como o sal a que nos habituamos na comida: ressalta o sabor de tudo o resto. Simples assim!
Fica difícil fazer a ponte do ponto anterior para os seguintes, por isso, vai "curto e grosso". Terminei o curso, o mestrado, aquela-porcaria-que-nunca-mais-acabava. Não correu como planeei, nem trouxe os resultados que esperava, mas está terminado e ensinou-me lições de vida. Partindo do princípio que isso é efectivamente o mais importante, suponho que o balanço seja positivo, embora para mim venha a ser sempre algo que me será difícil aceitar como um marco de que me orgulhe. Por um lado, soube-me a "tarde demais". E já sei que "mais vale tarde, que nunca", mas ainda assim. Por outro lado, permite-me traçar novos objectivos, mais ambiciosos, e que são passos para um caminho diferente, mais meu e mais à minha maneira. Será apenas uma partida, mas é melhor do que permanecer inerte.
Ao fim de alguns anos, inscrevi-me finalmente num ginásio e comecei a dar atenção a um aspecto com a sua relevância relativa, mas fundamental aos outros: a minha saúde. A parte física do nosso ser pode ser um desafio, especialmente quando não estamos dispostos a mudar hábitos como a nossa dieta. E eu não estou. Não faço exercício para emagrecer ou parecer melhor, pelo menos. Não que esse não seja um dos objectivos, mas prezo, acima de tudo, o bem-estar, para o qual preciso de estar em forma. E não estava. E ainda não estou. É muito difícil levar os músculos a um limite e vê-lo crescer de forma tão lenta. É difícil lidar com a escassez de resultados numa base diária. É preciso persistência e força de vontade a sério! Levantar cedo (ou mais cedo), comer melhor (não menos), beber mais água, levar o corpo ao limite, aguentar as dores nos dias seguintes e, mesmo assim, não deixar de ir, e relegar outros afazeres para outros horários. É muito simples depois de estar já mecanizado. E começam a notar-se melhorias. Mas ainda custa. É continuar...
Procurar trabalho, emprego, ocupação é algo que tenho ajudado (ou tentado) vários amigos a fazer. A teoria das tarefas, os melhores conselhos, sei-os. Ou assim penso... Mas a concretização dos mesmos e a sua aplicação na minha vida parecem-me sempre mais complicadas. O envolvimento emocional dificulta. A ânsia de realizar os passos que defini para alcançar o sonho que desenhei dificulta ainda mais. A manutenção de uma auto-estima à prova de silêncios e rejeições é, talvez, o mais desafiante em todo o processo. Processo esse que está ainda no início e pode levar algum tempo. Por isso, sei que é importante gerir as emoções e as representações e significados de cada acontecimento, sem sobrevalorizar o negativo e sem desaproveitar as lições. No geral, penso que, dentro das limitações, me tenho portado bem. E espero que no próximo ano, de preferência no início do próximo ano, tudo conduza a um resultado feliz para mim. Fingers crossed!
Fica difícil fazer a ponte do ponto anterior para os seguintes, por isso, vai "curto e grosso". Terminei o curso, o mestrado, aquela-porcaria-que-nunca-mais-acabava. Não correu como planeei, nem trouxe os resultados que esperava, mas está terminado e ensinou-me lições de vida. Partindo do princípio que isso é efectivamente o mais importante, suponho que o balanço seja positivo, embora para mim venha a ser sempre algo que me será difícil aceitar como um marco de que me orgulhe. Por um lado, soube-me a "tarde demais". E já sei que "mais vale tarde, que nunca", mas ainda assim. Por outro lado, permite-me traçar novos objectivos, mais ambiciosos, e que são passos para um caminho diferente, mais meu e mais à minha maneira. Será apenas uma partida, mas é melhor do que permanecer inerte.
Ao fim de alguns anos, inscrevi-me finalmente num ginásio e comecei a dar atenção a um aspecto com a sua relevância relativa, mas fundamental aos outros: a minha saúde. A parte física do nosso ser pode ser um desafio, especialmente quando não estamos dispostos a mudar hábitos como a nossa dieta. E eu não estou. Não faço exercício para emagrecer ou parecer melhor, pelo menos. Não que esse não seja um dos objectivos, mas prezo, acima de tudo, o bem-estar, para o qual preciso de estar em forma. E não estava. E ainda não estou. É muito difícil levar os músculos a um limite e vê-lo crescer de forma tão lenta. É difícil lidar com a escassez de resultados numa base diária. É preciso persistência e força de vontade a sério! Levantar cedo (ou mais cedo), comer melhor (não menos), beber mais água, levar o corpo ao limite, aguentar as dores nos dias seguintes e, mesmo assim, não deixar de ir, e relegar outros afazeres para outros horários. É muito simples depois de estar já mecanizado. E começam a notar-se melhorias. Mas ainda custa. É continuar...
Procurar trabalho, emprego, ocupação é algo que tenho ajudado (ou tentado) vários amigos a fazer. A teoria das tarefas, os melhores conselhos, sei-os. Ou assim penso... Mas a concretização dos mesmos e a sua aplicação na minha vida parecem-me sempre mais complicadas. O envolvimento emocional dificulta. A ânsia de realizar os passos que defini para alcançar o sonho que desenhei dificulta ainda mais. A manutenção de uma auto-estima à prova de silêncios e rejeições é, talvez, o mais desafiante em todo o processo. Processo esse que está ainda no início e pode levar algum tempo. Por isso, sei que é importante gerir as emoções e as representações e significados de cada acontecimento, sem sobrevalorizar o negativo e sem desaproveitar as lições. No geral, penso que, dentro das limitações, me tenho portado bem. E espero que no próximo ano, de preferência no início do próximo ano, tudo conduza a um resultado feliz para mim. Fingers crossed!
Nestes últimos meses, tenho servido de companhia, enfermeira, psicóloga, carrasco (como ela gosta de me ver) e muito mais, à minha avó. Todo o esforço envolvido faz-me valorizar os profissionais que cuidam de pessoas idosas e/ou doentes. Não é fácil. E exige mais do que eu pensava ter para dar: muita paciência, acima de tudo; mas também muito amor a uma pessoa e à sua causa. A minha avó é uma pessoa singular e esta experiência tem-me permitido conhecê-la melhor, tantos nas virtudes, como nos defeitos. E faz-me perceber que, é na doença e na fraqueza, que revelamos os nossos limites. O que mais espero é que, quando for eu a necessitar, haja alguém que não me deixe só e que me puxe ao meu limite, ainda que este regrida todos os dias.
Olhando para trás, no geral e apesar de tudo, este foi um bom ano. Foi um ano que me aproximou muito da concretização das minhas metas pessoais. Foi um ano difícil, mas próspero. Espero que 2015 traga tantos ou mais desafios do que 2014, mas que eu tenha em mim e nos meus bases para poder superá-los e crescer fiel a mim mesma. Paralelamente, desejo o mesmo a todos os que me são queridos: família, amigos, conhecidos e associados.
Olhando para trás, no geral e apesar de tudo, este foi um bom ano. Foi um ano que me aproximou muito da concretização das minhas metas pessoais. Foi um ano difícil, mas próspero. Espero que 2015 traga tantos ou mais desafios do que 2014, mas que eu tenha em mim e nos meus bases para poder superá-los e crescer fiel a mim mesma. Paralelamente, desejo o mesmo a todos os que me são queridos: família, amigos, conhecidos e associados.