segunda-feira, 19 de julho de 2010

Rascunhos - 21/03/10

Não consigo perceber o que pode justificar estas mentiras! Não percebo de onde vêm, se fiz alguma coisa para as merecer, se simplesmente sou um depósito delas, sendo que poderia ter sido outra pessoa qualquer a recebê-las. Terás sido, tu próprio, apenas um instrumento para chegar até mim a vingança do destino?

Mas eu não sou uma pessoa rendida à ideia de uma predestinação da evolução dos acontecimentos. Não me basta isso! As coisas não acontecem por acaso. Eu não acredito que, embora me entregue demasiadas vezes ao sabor da maré, se resuma a vida apenas a acasos consequentes de uma sorte. E se algo acontece sem que o consigamos perceber de imediato, então cabe-nos a nós descobrir o porquê do desenrolar das coisas conforme se passam.
É assim que aprendemos, certo? A vida acontece-nos e nós temos de lhe perceber nas entranhas, revendo-a restrospectivamente: o que a provocou ser assim, qual a lição que esconde.
Não consigo vivê-la se ela não me proporciona um sentido, um objectivo, ainda que seja apenas ser um instrumento na vida de outrém. Preciso entender. Preciso disso!
E negares-me isso é brutalmente cruel. Não tens o direito. Não és ninguém para me fazer sentir assim. Não o mereces!

Então, porque raio te é conferido tal estatuto para que me alcances o suficiente para me pisares?

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Sabes?

Hoje, lembrei-me de me lembrar de ti. Lembrei-me como se sentisse: o toque da tua pele na minha. Senti como se fosse hoje... Senti o descolar da tua pele suada da minha pele suada e sorri. Sorri porque hoje bastam apenas as memórias de ti, de nós, para que me sinta tão feliz como se hoje fosse ontem ou um futuro impossível, como era antes. Hoje, servi-me do que já me deste para acreditar no que eu acredito que ainda pode ser possível que me dês. Talvez não entendas porque não o sabes, ou porque o sabes evitas perceber, quem sabe mesmo ler o que te digo.

Sabes? Uns segundos do teu olhar no meu, era quanto bastava para um sorriso meu.