quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Mas porque não?

E chegar a casa cansada, dorida, moída. Chegar e não te ver a ti, não te sentir. Não é que precise de ti para sobreviver e encontrar alegrias. Contigo simplesmente conseguia ser feliz. És aquela peça que falta para que fique tudo perfeito.

No fundo, sei que a sorte que tenho. Tenho tudo quanto preciso e tenho-o com qualidade. Tenho família das boas, com direito a tudo. Tenho amigos quase irmãos, com os quais sei que posso contar. Tenho trabalho e não é pouco. Tenho actividades, que são muito mais que passatempos, e que me fazem sentir realizada. Tenho uma espiritualidade bem definida e orientada. Tenho projectos para o futuro e um passado que me permite ser uma pessoa construída em alicerces fortes, não "apesar" dos erros, mas porque os cometi. E visto que arrependimentos são erros com os quais não se aprende, não trago arrependimentos comigo. Queria sentir-me completamente realizada. Tenho tudo isto, mas não te tenho a ti.

Não quero sequer parecer ingrata. Agradeço e valorizo tudo, mas sem ti parece tudo a vida de outra pessoa, como se não estivesse a construir nada de preenchido. Não gosto de futilidade, nem de vazio, nem de silêncio. Tudo isto sem ti é como viver em vácuo. Queria ao abrir a porta de casa sentir que tudo estivesse no caminho certo. Sentir-me feliz!
Desejo que um dia os andaimes e as pedras que juntei se conjuguem para construir o que eu desejo: um futuro, o meu futuro, o meu futuro contigo.

Desejo abrir a porta da NOSSA casa, sentir o cheiro da NOSSA comida, olhar e ver o NOSSO pequeno mundo decorado à NOSSA maneira, sentar-me ao teu lado para descansar e sentir-me feliz no NÓS que já me fez tão feliz.

"Não se pode ter tudo", diz o povo. Mas porque não?

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