sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

Coisas para pensar

O meu irmão casa amanhã. Não sei se hei-de ter medo ou se hei-de ficar feliz. O casamento é algo demasiado poderoso para se levar de ânimo leve. Antes de casar é preciso ponderar: será que é aquela a pessoa com quem vou querer estar para o resto da vida? para sempre? até que a morte nos separe? "Para sempre" tem um peso muito grande. Será que é para aquela pessoa que vamos querer olhar todos os dias, que vamos amar incondicionalmente, que vamos querer fazer feliz?

Eu acredito que as pessoas que têm de fechar a porta a um casamento sofram com a dor de terem de admitir que se arrependeram. 'Talvez se eu tivesse esperado mais um pouco para a/o conhecer...' E essa é outra questão. Muitas pessoas casam e mudam. Mudam ou mostram-se. Para quê esperar para mostrar tudo? Os defeitos, os erros, as arestas mais salientes devem ser trabalhadas, conhecidas e amadas antes de se tomar esse passo. Se não confiamos na nossa relação o suficiente para nos mostrarmos abertamente, porquê casar? Depois vêem-se as pessoas a chorar pelo canto porque alguém o abandonou ou trocou por outro. Em vez de pensarem que acabou, que alguém se pôs no meio, que foi porque se envelheceu ou se perdeu a piada, porque não se mostrou antes? Talvez tivesse tido a oportunidade de ver que se tinha enganado, que não era aquela a pessoa certa, ou que talvez fosse mais fácil de amar se abrisse a porta.

A chave está em pensar muito bem, em passar por muitas experiências diversificadas juntos, de falar imenso sobre tudo e mais alguma coisa, de se dar completamente à experiência de se ser conhecido. Quando a outra pessoa tem acesso a tudo e ainda assim nos quer, talvez seja porque nos ama mesmo. Talvez seja muito mais difícil acabar algo, quando realmente começou alguma coisa.

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