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A Pessoa sou eu. O mundo sou eu. O tempo fugiu, parou por aqui. Não quero abrir a janela a ver o mundo a continuar. Como podem haver sorrisos? Como pode continuar a mundo sem me ver? Quando é que o mundo vai parar para me deixar levantar e dar um passo sem o risco de cair e sofrer de novo? Para onde vão todos com tanta pressa, sem olhar para trás por um momento, para ver que eu estou aqui e que as pernas para andar já não as tenho, já mas tiraram, não voltam mais?
Fosse eu a brisa e saísse de mim enfim e voasse no vento e molhasse na chuva e vivesse pela vida dos outros. Fosse eu passado todos dias e voltasse a ser sorriso, liberdade e vida. Fosse eu limpa e pudesse ver-me sem a lama nos olhos e na alma. Fosse o mundo outro e mais leve, sem mim e sem a minha dor. Fosse eu mentira e houvesse calma.
Mas o mundo é isto e isto é dor e a dor sou eu.
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