sexta-feira, 30 de maio de 2008

Coisas Grrrrrrrrr

Porque a minha vida agora é isto, decidi por-vos por dentro dos sistemas de avaliação a que me submeteram. E para que entendam bem a magnitude do que me foi proposto, vamos por disciplinas, por ordem alfabética:

Avaliaçao Psicológica - 4 ECTS (8 horas)
Trabalho de grupo que inclui a apresentação de uma aula, sobre assuntos relacionados com a avaliação psicológica, mais relatório que explana o conteúdo da apresentação e pode avançar mais qualquer coisinha, se houver pachorra e tempo para isso;
Exame Final.


Comportamento Desviante - 4 ECTS (8 horas)
Exame Final - com pesquisa sobre um comportamento desviante.

Desenvolvimento da Criança e do Adolescente II - 4 ECTS (8 horas) - a cadeira em atraso
Exame Final

Diagnóstico em Psicopatologia- 3 ECTS (6 horas)
Testes semanais sobre os conteúdos da semana anterior; último teste a valer 30% da nota; as 2 respostas mais fracas eliminadas, ou seja, não contam para a nota.

Dinâmica de Grupo - 3 ECTS (6 horas)
Trabalho de grupo - projecto de intervenção, baseado em técnicas de grupo.

Educação - 4 ECTS (8 horas)
Apresentação de tema retirado do livro do Prof., que variava entre as 3 e as 12 páginas de abrangência (no meu caso 8) - 1/3 da nota final;
Trabalho que poderia incluir revisão bibliográfica, mais plano de investigação, mais aplicação do plano de investigação (fiquei-me pela revisão bibliográfica, porque não valia a pena o esforço por apenas mais 2 pontos ponderados) - 1/3 da nota final;
Exame final, incluindo a matéria retirada dos 2 livros indicados para a unidade curricular - 1/3 da nota final.

Psicologia Comunitária - 3 ECTS (6 horas)
Trabalho de grupo que inclui apresentação de um artigo de intervenção comunitária, com respectivas críticas, mais relatório que explana as críticas desenvolvidas na aula;
Participação nas aulas;
Os dois primeiros items correspondem a 50% da nota final.
Trabalho individual que segue o mesmo esquema do de grupo, mas não inclui a apresentação do trabalho e é um pouco mais alargado em número de páginas, porque tem de incluir a apresentação resumida do artigo escolhido por nós. Este item equivale a 50 % da nota final.

Psicopatologia do Adulto e do Idoso - 4 ECTS (8 horas)
Exame Final.

Técnicas de Avaliação Psicológica - 3 ECTS (6 horas)
Trabalho de grupo que inclui a apresentação de uma aula, sobre testes de avaliação, mais relatório que explana o conteúdo da apresentação e pode avançar mais qualquer coisinha, se houver pachorra para isso;
Exame Final (sim, numa unidade curricular prática. Quão ridículo?!).
Fica a pergunta: Como é que tendo diferentes quantiodades de horas de trabalho, se pede exactamente a mesma coisa?

Trabalhos Práticos de Investigação Qualitativa - 4 ECTS (6 horas)
Trabalho de grupo cuja informação foi chegando "às pingas" e com "deadlines" para o dia seguinte, como se nós tivessemos de estar 100% disponíveis para esta cadeira.

O melhor método de avaliação parece ser o da unidade curricular de Diagnóstico em Psicopatologia, uma vez que nos obrigou a estudar, não sobrecarrega com trabalhos em que não se aprende nada e é uma avaliação justa.

Minha gente, isto prefaz um total de 10 unidades curriculares, 72 horas de trabalho e/ou estudo semanais, 5 trabalhos de grupo, 4 apresentações em aulas, 2 relatórios, 3 trabalhos individuais e 6 exames. Toda esta descrição não faz plena justiça à magnitude de horas e esforço que cada trabalho exigiu. Somos heróis ou não somos?

Faltam-me 4 trabalhos, todos de grupo. Mas eu vou conseguir. E, depois, venham os exames!

quinta-feira, 29 de maio de 2008

Coisas Grrrrrrrrr

Eu tenho de desabafar...

Os trabalhos estão a ser demais. Não permitem que tenhamos vida pessoal, nem sequer que descansemos direito. Eu nem tenho tempo para reivindicar!

Que psicólogos são estes que nos dão aulas?! Psicólogos que não têm em consideração o facto de estarmos numa idade em que nos é pedido, segundo Erikson, que nos embrenhemos em relações íntimas e aprendamos a lidar com as diferenças de outros sem deixarmos de ser nós? Psicólogos que não têm em consideração o facto de precisarmos de actividades exteriores à faculdade, actividades de leitura, lazer, prazer, divertimento, cultura, desporto...? Psicólogos que não têm em consideração que um aluno também pode querer ser profissional e querer esmerar-se no seu trabalho, mas que fica com as mãos atadas pela impossibilidade de ter tempo para o fazer com a qualidade que desejava?

Pregam-nos as teorias que nos ensinam a viver com qualidade mental, que nos incentivam o sono regular e que permita o descanso, que nos ensinam a viver sem ansiedade para nos conservarmos saudáveis, mas prendem-nos com trabalhos sem pensarem que talvez sejamos pessoas, pessoas que eles estudam, pessoas que eles dizem tentar ajudar.

Não somos só alunos, somos pessoas. Eu gostava de poder ser uma filha também e ter tempo para ajudar a minha mãe e o meu pai no que fazem. Gostava de ser uma irmã e de ajudar o meu irmão nesta fase feliz mas complicada da vida dele, de me poder divertir com ele, de simplesmente conviver com ele. Gostava de ser uma amiga como deve ser e poder ouvir os problemas dos meus amigos sem dizer "agora não posso. estou a trabalhar", de poder ir sair com eles, de os poder ver. Gostava de poder ser uma rapariga normal e poder sair, conhecer gente nova, poder recuperar do ano difícil que o que passou foi, de aprender a rir com sinceridade de novo, de tomar decisões bem pensadas e reflectidas, de retomar o meu antigo sono, de retomar as rédeas da minha vida.

Mas, para além de todos os problemas que eu poderia ter, a escola poderia não ser o maior. Dava jeito.

Senhores Professores, tenham paciência. Reúnam no início do ano, avaliem o processo no seu todo, decidam com consciência do que estão a fazer. Estou fartinha de ouvir alguns dizerem que vos ultrapassa as decisões exteriores à vossa cadeira. Para que existe um Conselho Pedagógico, se não é para também decidir, por último, o que cada cadeira deverá abordar e como será avaliada, e o panorama geral de cada ano, do curso em si? Se nos temos de queixar de cada vez que algo vai mal e se temos de ser nós a fazer esse trabalho enquanto sofremos as consequências, então ao menos paguem-nos.

Desculpem-me o desabafo, mas já é demais. Não é normal que pessoas nos seus 21/22 anos tenham um cansaço tão grande na cabeça, nos olhos, nos ombros, na vida. Deixem-nos ser jovens!

E depois há todas as outras pessoas, exteriores a isto tudo. Umas acham que andámos a dormir o semestre todo e só agora começamos a arregaçar as mangas. É mentira! Eu apresentei vários trabalhos desde o início e só me estou a queixar agora. Outras acham que é muito bem feito, nós somos jovens, temos de trabalhar... Não respondo a estas. Outras ainda acham que isto são tudo desabafos e não sabemos o que é trabalhar a sério. Grrrrr. Também não respondo a estas.

Ai! Assim é que não. Estou mesmo exausta. Não é só desabafo. Não sei se há pessoas que conseguem fazer tudo com uma calma desgraçada. Talvez haja. Talvez, Simão, tu sejas um deles. Mas eu não. Eu estou caída no chão e o pano está-me por cima. Mas ainda não estou derrotada. Não desistirei. Ah não! Não vou ficar mais um ano para trás. Depois disto, serei capaz de tudo. Venha daí o 4º e o 5º! E Professores, no próximo ano, não serei tão caladinha.

Vou trabalhar...

sábado, 17 de maio de 2008

O meu sobrinho




De repente, aparece-nos nesta vida um novo papel que temos de desempenhar. Algo de novo prepara-se durante nove longos e curtos meses para nos fazer despertar e sorrir feitos parvos: um bebé. E eu sou a tia. :) Estamos a falar de mais do que 1/4 do meu código genético e de 100% do meu amor e preocupação. Estamos a falar de uma criança que crescerá fruto de duas das mais maravilhosas pessoas que eu conheço: o meu irmão e a minha cunhada.

Sei que para eles vai começar algo que amedronta. Não é fácil transportar o cargo de se ser pai, muito menos nos tempos que correm. Não é fácil amar assim incondicionalmente alguém que nem conhecemos ainda. e preocuparmo-nos 24/7 com algo tão precioso e frágil como um bebé.

Apenas quero que eles saibam que independentemente do que aconteça e para o que for preciso, eu estou aqui de braços a bertos e mangas arregaçadas para os apoiar e ajudar. E que saibam que eu acredito sinceramente na capacidade de eles conseguirem criar alguém, simultaneamente forte e frágil, como eles. Porque é desse tipo de pessoas que o mundo precisa. Mais do que pessoas perfeitas, precisa de pessoas genuínas e íntegras, que saibam errar e viver com as dificuldades e ainda assim ser felizes.

E hei-de ensiná-lo a chamar-me tiazinha. :P

Mais uma coisa, cliquem aí no link que vos encaminha para o blog do Papá Babado.

sexta-feira, 2 de maio de 2008

"Ainda pior que a convicção do não é a incerteza do talvez, é a desilusão de um quase. É o quase que me incomoda, que me entristece, que me mata trazendo tudo que poderia ter sido e não foi.

Quem quase ganhou ainda joga, quem quase passou ainda estuda, quem quase morreu está vivo, quem quase amou não amou. Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelos dedos, nas chances que se perdem por medo, nas ideias que nunca sairão do papel por essa maldita mania de viver no outono.

Pergunto-me, às vezes, o que nos leva a escolher uma vida morna; ou melhor não me pergunto, contesto. A resposta eu sei de cor, está estampada na distância e frieza dos sorrisos, na frouxidão dos abraços, na indiferença dos "Bom dia", quase que sussurrados. Sobra covardia e falta coragem até para ser feliz. A paixão queima, o amor enlouquece, o desejo trai. Talvez esses fossem bons motivos para decidir entre a alegria e a dor, sentir o nada, mas não são.

Se a virtude estivesse mesmo no meio termo, o mar não teria ondas, os dias seriam nublados e o arco-íris em tons de cinza. O nada não ilumina, não inspira, não aflige nem acalma, apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si.

Não é que fé mova montanhas, nem que todas as estrelas estejam ao alcance. Para as coisas que não podem ser mudadas resta-nos somente paciência. Porém, preferir a derrota prévia à dúvida da vitória é desperdiçar a oportunidade de merecer. Para os erros há perdão; para os fracassos, chance; para os amores impossíveis, tempo. De nada adianta cercar um coração vazio ou economizar alma. Um romance cujo fim é instantâneo ou indolor não é romance.

Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que o medo impeça de tentar. Desconfie do destino e acredite em você. Gaste mais horas realizando que sonhando, fazendo que planeando, vivendo que esperando porque, embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive já morreu."

Luis Fernando Verissimo


Para que entendam o meu nome no hi5 e mais, mais do que se escreve.