quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Coisas para pensar

Todos os anos é a mesma coisa. A secretaria da FPCEUP leva-nos à loucura. Todos os anos alguém levanta a voz e exige ser respeitado (como se isso não fosse um direito adquirido à nascença). E o mais curioso é que todos os anos inventam um motivo novo para ser tudo uma bandalhice.

Toda a gente conhece as dificuldades do sistema em época de inscrições, mas há complicações que são evitáveis. Expliquem-me qual a utilidade de alunos do quarto ano se inscreverem em dissiplinas que dispõem apenas de um horário? Não vos parece uma formalidade absurda? Para mim é muito claro. Nessas os alunos deveriam ser colocados automaticamente.

Expliquem-me como é que um serviço administrativo com quatro funcionárias, a trabalhar apenas com três em época de inscrições, apenas coloca uma pessoa a atender todos os alunos, com a variedade de problemas e dúvidas? Não vos parece lógico que se dividam e encarem as inscrições de todas as frentes? Não vos parece que os alunos do primeiro ano primeira vez deveriam inscrever-se num local aparte, visto o corredor e a sala em si serem demasiado apertados e pequenos para albergarem tantos alunos? A mim parece clara esta necessidade.

Não vos parece absurdo começarem as aulas na mesma semana em que temos de encarar filas enormes de espera para sermos atendidos no serviço administrativo, ficando assim impossibilitados de ir às aulas? E que os exames da época especial decorram enquanto temos de nos inscrever em horários (únicos, muitas vezes), dispendendo de tempo em que deveríamos estar a estudar? A mim parece-me.

Não vos parece ridículo respondermos e obedecermos a um computador e cumprir formalidades só porque sim, porque a máquina não se entende de outra forma? A mim parece-me estapafúrdio. Sinto saudades do tempo em que as pessoas nos recebiam cara-na-cara e nos tiravam as dúvidas, quando eram competentes ainda que não estivessem bem-dispostas. Sinto saudades de me sentir humana e não um número, ou um código, ou uma formalidade, ou mais um na fila de espera. Talvez devessemos todos aprender a ser humanos com os desenhos animados. O filme Wall-e mostra de forma amorosa como nos podemos perder se não nos encontrarmos na confusão dos números e máquinas, se não deixarmos de depender de máquinas e passarmos a depender uns dos outros, se não virmos que nos estamos a tornar em gordos, estúpidos, vazios, isolados.

1 comentário:

  1. Deixei-me dar-te os parabéns por este post... PARABÉNS ;) Não somente por me encontrar do mesmo lado que tu, mas também pela capacidade de síntese que tiveste focando os pontos mais importantes deste problema.

    É, de facto, inadmissível! Isto é capaz de desmotivar qualquer um que venha "cheio de pica" para começar o ano. Mas a culpa não morre na secretaria, passa tb por outras pessoas (prefiro não citar nomes, sabe-se lá!).

    "Expliquem-me como é que um sefviço administrativo com quatro funcionárias, a trabalhar apenas com três em época de inscrições, apenas coloca uma pessoa a atender todos os alunos, com a variedade de problemas e dúvidas?" PALAVRAS PARA QUÊ? É que ainda para mais nenhuma das outras se digna a atender telefones ou responder a mail's! E porque não alargar o horário de atendimento ao público nestas ocasiões? Bastava uma pessoa para organizar o funcionamento disto... e voluntario-me para um próximo ano, desde que me paguem! Para que serve um psicólogo das organizações??? Já agora...

    E depois há filhos e enteados, regras para uns e para outros, incoerências, falta de profissionalismo, organização, etc.

    Se eu quisesse enumerar os problemas seria capaz de escrever um jornal todo com eles! Se quisesse arranjar soluções bastaria uma página... é que a solução é tão simples!!!!!!

    Não vejo que o problema seja a tecnologia. Contudo, a tecnologia deve ser usada como meio e não como fim em si mesmo! Não nos devemos subjugar à tecnologia, ela tem de ser útil para nós... e como nós somos inteligentes e a tecnologia não, porque não pensar em planos "B" caso a tecnologia falhe? É que também já começa a ser abusivo ouvir "É um problema informático, não podemos fazer nada!". Quando um exame me correr mal vou dizer "Foi um problema emocional, desculpe mas não me vai poder reprovar... espere mais umas semanas que eu tento resolver o problema, se mesmo assim não der, vá tentando...!". Basta de encontrar alibis estúpidos, pensemos nas soluções!!!!

    Mas o teu foco no "humano"... estou plenamente de acordo! É preciso respeitar, aceitar a diferença, compreender a situação... Basta de robôs na função pública, automatos, ...

    Deixo uma parte da tua última frase no ar: "...se não virmos que nos estamos a tornar em gordos, estúpidos, vazios, isolados."

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